25 de outubro de 2012. Zona leste. Jardim Helena. Instituto Alana. Por volta das duas da tarde. Há um tumulto nas ruas do entorno. Os moradores olham curiosos para aquela turba diferente que está chegando na vila, todo mundo rindo, trocando idéias, se abraçando, se beijando, ocupando a entrada da instituição. Atrapalham a passagem, começam um assunto e logo pulam pra outro, iniciam a conversa com um e saltam para outra pessoa, deixando o primeiro na mão.
São os jovens urbanos da zona leste, 7ª edição, ano 2012. Estão todos reunidos nessa tarde ensolarada e quente para confraternizar, ver o resultado de mais um mês de experimentações, trocar experiências, (re)conhecer outros jovens do mesmo Programa. Alguns estão muito cansados mas poucos reclamam, querem curtir o ambiente, a alegria colorida de tanta inteligência jovem reunida. Tá certo que tem alguns não tão jovens assim, como eu, mas confesso que fico rejuvenescido na companhia desa "rapa" toda.
Os jovens urbanos Carreirinha (Caíque) e a Coca (Camila), ambos do IPEDESH e o Raul, do MOCA, pegos de surpresa, são "convidados" a pilotar os microfones. Não têm tempo de dizer não! Então tudo começa, sob o olhar atento da Rosana.
Todas as experimentações acontecidas na região no último mês são apresentadas, algumas ao vivo, outra em vídeo, fotos, instalações e exposições. Está tudo lá, Conexão Atitude (oficina dirigida pelo Asdrúbal), com muita atitude mesmo por parte dos jovens. Também a Estamparia e Stêncil (conduzida pela Midiã), com uma muitos trabalhos, no atacado, executados pelos novos jovens artistas em muros, paredes e até em camisetas, tudo registrado.
O resultado do Produça, conduzido por Bárbara, Felipe e Tadeu, que abriu a porta do imaginário dos jovens, insuflando neles a vontade de produzir uma arte bem libertária. E os jovens toparam, fizeram um trabalho de intervenção teatral-política-poética dentro de um trem, o Contra-Ação. Tudo filmado, fotografado e editado por Tadeu e Felipe, e o primeiro apresenta para todos o fruto dessa ousadia.
Tem o Produção Suburbana, dirigido pelo Israel, que nos propicia encantamento com os belos textos produzidos pelos jovens e um libreto pra lá de inspirado, que, aliás, já estou lendo. O inusitado foi que o Israel coloca em cena, de surpresa, o Vandeí, que ouço pela primeira vez a declamar um belo poema de sua autoria.
Tem a rádio-blogue do Fábio, novamente surpreendendo pela ação motivadora e delineando um caminho para uso cidadão dessas novas ferramentas de comunicação em massa.
Tem a rádio-blogue do Fábio, novamente surpreendendo pela ação motivadora e delineando um caminho para uso cidadão dessas novas ferramentas de comunicação em massa.
E a ValorAção, hein? Seria um pecado esquecer a apresentação dos trabalhos confeccionados pelos jovens coordenados pela Carla. O belo trabalho final do André e do Branco para a experimentação Fotografia de Quintal, um lambe-lambe enorme que nos recepciona logo na entrada do Alana, também não pode deixar de ser notado. Alguns mais afoitos - eu entre eles - aproveitam para curtir as poltronas e outros utensílios feitos de pneus usados pelos jovens assistidos pelo Daniel. "Na Cena", a bela apresentação do jovens sob os cuidados da Elana, completa o ciclo das ótimas experiências vivenciadas nessa tarde.
Feitas as contas, a festa é bonita, inesquecível mesmo, tanto para os jovens quanto para os educadores, coordenadores e assessores ali reunidos. A organização e sincronia da equipe local, capitaneada pelas sempre simpáticas Elaine, Amanda e Simeia, belo trio feminino que sempre dão "um toque feminino" muito peculiar, quando nos recebem no Alana, é outra surpresa legal do evento.
Hora de voltar pra casa, penso cá com meus botões - tá bom, tá bom, tô de camiseta (preta e manga comprida, pra variar) - "e não é que a beleza da festa ilumina os olhos da gente de tal maneira que você olha pra todo o lugar em volta e começa a enxergar tudo mais colorido e simpático"?
Salta daí uma ideia que vou espalhar, quem quiser que a compre e a passe pra frente: será que a beleza locais não está justamente nas festas que se faz nesse lugar? Será que o que torna um local mais bonito não será o sempre fazer uma festinha nele?
Coisas pra se pensar.
Título do Texto e Fotos de Célia Yamasaki
Texto de Escobar Franelas
Como não se encantar, foi uma tarde que brilhante, para não dizer mais mágica, havia magia em todo lugar. Parabéns para todos nós.
ResponderExcluirVerdade, Celinha. Ficou um climão muito gostoso, uma interação muito legal entre todos. Gostei de tudo.
ExcluirBelo relato Escobar. como sempre com uma peculiaridade própria de uma mente privilegiada, parabéns.
ResponderExcluirObrigado pela leitura, pela atenção e pela interação, meu caro Marcos. Com certeza, essa tarde inesquecível vai deixar na memória uns residuozinhos de ssasudade tanto em educadores, coordenadores, assessores e organizadores, quanto - principalmente - nessa rapaziada esperta que vivenciou esse momento.
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