segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Educadores do PJU visitam a Bienal de Arte de São Paulo

Os educadores do Programa Jovens Urbanos em São Paulo visitaram na última sexta, dia 5, a Bienal de São Paulo, no Pavilhão Cicillo Matarazzo, no Parque Ibirapuera. A visitação à 30ª edição dessa que é considerada a segunda maior exposição de artes do mundo (superada apenas pela Bienal de Veneza), foi monitorada pelo coordenador do setor educativo da organização, o também artista plástico Pablo Tallavera. A maioria dos educadores presentes já o conheciam, uma vez que foi o mesmo Pablo que ministrou quatro encontros formativos em arte contemporânea, entre os mês de maio e junho deste ano.
 

A Bienal desse ano o título sugestivo de "A Iminência das Poéticas", e traz, evidentemente, uma panorâmica da criação artística atual a partir daquilo que entendemos como a poiésis grega, a criação como "estado imanente". A curadoria do venezuelano Luis Pérez-Oramas, que conta com a colaboração de André Severo, Tobi Maier e Isabela Villanueva, destaca, em seu conjunto, produções problematizadas de Arthur Bispo do Rosário, e também Allan Kaprow, Robert Filliou, Ali Kazma, Katja Strunz e Sigurdur Gudmundsson, entre outros. Marcam presença múltiplas obras, inspiradas, impactantes, polêmicas e curiosas, num flerte profundo com a questão da contemporaneidade da cultura. No total, são cerca de 3 mil peças de 111 artistas das mais variadas nacionalidades.

Percebe-se como acento primordial dos contemplados o diálogo complexo e heterogêneo da arte com a vida - onde ambas se imbricam? - assim como é visível a preocupação da curadoria em  propor uma tensão dialética também entre aquilo que nos parece perene e o permanente, entre a tradição e a vanguarda. O fato de colocar Bispo do Rosário é a prova dos nove dessas ressiginificações que a Bienal propõe, já que ele, paradoxalmente, nunca se reconheceu artista. Antes, enclausurado por quase 50 anos em manicômios, produziu intensamente sob um estado alucinatório e aditivo, sem reflexões culturais e/ou artísticas. Seu legado, tal como pode ser observado nesta Bienal, é, antes de tudo, um aprofudamento de nível psicótico e meditativo do ser desajustado para o meio social normatizado, mas que obedecia a padrões régios de sublimação poética, introspecção e observação.
 

Assim, no rastro do imenso impacto e das fraturas provocadas pela aliança da tecnologia com as novas linguagens, os artistas expostos oferecem uma rica teia cujo fio determinante é o "repensamento" do que é arte. E, mais responsavelmente, perguntarmo-nos - como sempre nos propôs Pablo -  se essa discussão é relevante.
Eu, no meu canto, silencio e fruo, apenas isso.

A Bienal estará aberta todos os dias até 7 de dezembro, exceto às segundas-feiras, com entrada franqueada ao público. Também há obras da Bienal espalhadas em vários cantos da cidade. Maiores informações em http://www.bienal.org.br/30bienal/pt/Paginas/default.aspx e... boníssima viagem!




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