quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

O programa não termina

   A Dalva (coordenadora pedagógica da escola Tide Setúbal), liga e pergunta "vocês aí dos jovens urbanos (sic), não têm alguma atividade a ser desenvolvida dentro da escola no Dia Internacional da Mulher?" Penso em contar a ela que o programa acabou (nos dois sentidos: acabou a 7ª edição, 2012,  e "acabou" literalmente em toda a zona leste de Sampa), mas digo que sim, preciso ("precisamos") entender o que a escola quer e o que podemos discutir e até ofertar. Depois de prometer que iria conversar com a direção do IPEDESH sobre este convite, e com  a minha coordenadora  Célia (ainda!), nos despedimos e desligo o telefone.
A primeira coisa que penso é "caramba, esse programa não vai terminar?". 

   Noves-fora, nos reunimos, resolvemos diversas questões, aparamos arestas e fechamos acordo: dia 8 de março, o projeto Customizart sairá das cinzas (tal qual uma Fênix), para ser reapresentado na escola Tide Setúbal, como parte dos eventos que repensam e discutem o Dia Internacional da Mulher. Segundo a programação da escola, os jovens Camila, Taís (Pudim), Émerson, Murilo, Lídia, Caíque (recuperando-se de uma cirurgia de apendicite, mas sempre pronto, como ele mesmo nos diz), Paula, Beatriz (Amorom), Bia, Jake e Larissa (estas 3 últimas nem fizeram parte do PJU em qualquer momento, mas viram a festa que foi no dia da entrega do projeto e agora querem aderir de alguma forma), todos irão estender o tapete mágico azul e apresentar as roupas e acessórios que foram customizados entre novembro e janeiro. Na oportunidade, aproveitaremos para reforçar junto aos aolunos, direção e professores da escola, a sustentabilidade como o principal foco das ações que nortearam os projetos dentro do IPEDESH em 2012.

    Quem quiser somar, é só chegar!

   PS1: Enquanto isso, o grupo teatral Diotéspissio dá uma hibernada, aguardando que o VAI venha.

   PS2: Agora, para matar a saudade, um pouco do desfile em 02 de fevereiro último.






fotos de Alexandre D´Lou

sábado, 23 de fevereiro de 2013

NOZLAND no Galpão da Cultura e Cidadania (Jd. Lapenna)

 
Sabadão de correria. Reunião na Casa Amarela às 11h, outra às 14. Passava das quatro da tarde quando saí de lá, o carro abarrotado com caixas de adereços e figurinos do Grupo Teatral Diotéspissio. Destino? Galpão da Cultura e Cidadania, no Jardim Lapenna, São Miguel, onde a trupe irá encenar pela terceira vez o espetáculo NOZLAND.
   O pessoal do grupo já estava lá, adiantando o serviço: Claudemir, Bia Fina, Lucas e PC. Logo chegaram Natasha e João com salgadinhos e refri. Todos filam o rango deles. Vou atrás de algo para petiscar. Enquanto circulo pelo Lapenna à procura do que comprar, observo as crianças brincando de pega-pega, carros tocando funk na maior altura, pessoas de todas as idades, credos e cores debruçadas nos parapeitos dos sobrados, olhando absortas o frenesi das ruas, em um belo entardecer de sábado. As casas, quase todas aguardando uma repaginada, parecem tristes em suas paredes cruas. Mas a descontração e a disposição das pessoas denotam uma alegria não traduzível nessas linhas, etílica, leve, colorida.
   Volto. Trago um saco com uma bolachinha seca, Coquinho, que gosto muito. Comento com o PC, "faz uns 26 anos que deixei de fazer teatro, mas essa bolachinha já ajudou a disfarçar muita fome naqueles tempos adolescentes". E ele, "poxa, então ela conta muita história". Aceno que sim e ele vai para a coxia.
   Começo a rascunhar este texto, com medo de perdê-lo com o tanto de coisa que vou presenciar no momento da encenação. Vejo o Lucas e o João também brincando de pega-pega no palco. Estão todos bem, tanto quanto eu, celebrando o prazer de uma vida simples, mas completa em sua arte e plenitude, ambas muito saudáveis.

Abrem-se as cortinas

NOZLAND está novamente tomando a atenção. Conto as pessoas na sala: 51, mas logo chega a 63. Semana passada, na Casa de Cultura Antonio Marcos, eram 35. Quer dizer, a coisa tá melhorando. Crianças tem bastante. Inquietas, algumas muito atentas, outras nem tanto. O atento, simpático e desprendido Inácio (coordenador do espaço), ajuda a controlar os ânimos e a peça transcorre numa boa.
Ao final, aplausos, muitos aplausos. Subo ao palco para cumprimentá-los. Perguntam com olhos curiosos o que achei de hoje. Penso em maquiar mas sou sincero, "sábado passado vocês foram melhores". Todos concordam, "hoje, não sei oque aconteceu, mas a gente deu uma apagada". Mas eis que alguém, não sei bem quem - acho que o Lucas ou PC, não recordo - logo levanta a cabeça e a voz, "na quarta que vem, na Oficina Luiz Gonzaga, a gente recupera o pique da semana anterior, pode ter certeza". 
Falar o quê? Eles entendem tudo, ou, pelo menos, tentam, de todas as maneiras.
Como diria o Caetano, "é essa juventude que quer tomar o poder"? Penso comigo, "tomara".

Fotos Escobar Franelas

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

DIOTESPISSIO AINDA TÁ CORRENDO TRECHO



O Programa Jovens Urbanos ainda não terminou pra eles. Lucas me manda mensagem em pleno feriado perguntando, aliás, confirmando o ensaio de quinta. Confirmado. Na quinta, ensaios, ajustes, novas aquisições para cenas, cenários, adereços,... E aquela música ali? Precisamos pensar numa nova solução para um velho problema. Segue trecho, não dá pra cortar caminho. Os meninos são mais estabanados que as meninas. Sem novidades. Um ensaio geral no calor. Todos esgotados. Deixa pra lá as últimas cenas, vamos conversar sobre a narrativa da história. Entendido o conceito, vão-se para suas casas. Sábado tem apresentação na Casa de Cultura de São Miguel.
 
Sábado. O carro de Franelas se enche de figurinos, adereços e jovens. Alguns chegarão mais tarde, mas Bia, Lucas e Paulo já estão a postos. Uma amiga recém chegada da Bahia assiste a tudo nostalgica. Eles espalham os figurinos, montam suas coxias equipadas com o que precisam de cena, discutem sobre como devem ser as coisas neste espaço. Eu tento interferir o minimo possivel.
a Casa de Cultura de São Miguel não oferece muito. Não tem som, não tem luz, não tem nada. O descaso com a cultura não é uma novidade, eles aprendem isto rápido e assimilam com facilidade. Sem problema: o funcionário presente se esforça em nos ajudar o máximo e manter o minimo de conforto possível. Tudo ok, o Diotespissio vai pra Praça e brinca no parque, 40 minutos de diversão antes do espetáculo.
 
O publico chega, os atores se arrumam, se preparam. A apresentação acontece.
Fim da apresentação. Aplausos. Os pais reconhecem os filhos, os amigos reconhecem os talentos, eu pergunto sobre minha tesoura de estimação. Onde eles enfiaram, caramba?
Enfim, as coisas são colocadas no carro de Escobar Franelas e Marcos Fersil, com a ajuda de Anne Karoline Trindade. Seguimos para a Casa Amarela e guardamos as tranqueiras de teatro. Eles estão ficando bom, mas ainda são desorganizados. Mas vamos dar um jeito rapidinho neste jovens desorganizados e talentosos. Eles tem um mundo pela frente, e a história só está começando.

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Pronto!

Acabou?
Acabou mesmo?
É sério, acabou?
E agora, como vai ser?
Lucas e Caíque fechando a rua para o sábado festivo

João, Claudemir "el matador" e Caíque preparando a rua para o desfile do Customizart
Foi nesse mix de satisfação de trabalhos entregues e a apreensão sobre os prováveis desencontros no futuro, que no sábado último, 2 de fevereiro, nos extenuamos, nos exaurimos, todos, educadores e coordenação do Programa Jovens Urbanos do IPEDESH, e mais "todos" eles, os educandos, os alunos, os jovens, enfim, a turma da 7ª edição que fez a nossa vida diferente nos últimos 11 meses.
Entregamos os três projetos previstos, Revitalicria - Uma ação na Casa Amarela (que previa uma repaginada paisagística na Casa Amarela - Espaço cultural - local onde ocorreu a 7ª edição do PJU em parceria como IPEDESH); o Customizart (que propôs um mergulho na personalização de roupas usadas, calçados e acessórios e que teve como ação final um desfile das peças customizadas); e o Diotéspissio - Teatro em Movimento, grupo de teatro surgido dentro do PJU / IPEDESH, e que teve como projeto a escritura de um texto - Nózland - o preparo vocal e corporal, confecção dos figurinos e adereços e a consequente apresentação deste espetáculo, tudo feito pelos jovens do grupo.
Com a correria de entregar a contento toda a programação, (acho que) ninguém pensou muito que tudo estava acabando, eu inclusive. Só no finzinho da tarde, quando quase todos já tinham se apresentado e estava rolando o (ótimo) show de Carlão Guerreiro da Leste e MC Amanda Mazzeo, é que me dei conta que o relógio estava terminando a sua contagem regressiva.
Não consegui esconder um certo desalento, fato que foi observado por alguns jovens e companheiros de trabalho. Pronto!
Comunidade compareceu em peso para a festa dos 3 projetos
Gildo Passos (mic) e Silvio de Araujo, participações especialíssimas na festa urbana dos jovens
O INÍCIO
Imaginamos sempre que os caminhos da educação seguem uma reta bem delineada, incontinenti, progressiva. Nada disso, esquecemo-nos que a educação diz respeito ao eu e ao Outro. E esse diálogo, esse embate, é uma trama sempre inconclusa, com idas e vindas, saídas à esquerda, à direita, descidas, subidas, retrocessos, mudanças diárias de curso. Tem o trânsito, tem a chuva, tem os problemas domésticos, tem a famigerada tpm, as relações afetivas, a memória e a ambição individuais, tem a resposta individual ao coletivo, temos as respostas coletivas para questionamentos individuais, há todo um universo de complexidades imprevisíveis e que tornam cada dia um sempre inédito "matar um leão".
O Programa Jovens Urbanos foi uma grata surpresa em minha vida. Depois de nove anos dedicados a outro tipo de projeto jovem (Formare, que tem como fundamento principal a inserção do jovem no mercado de trabalho), para mim foi um desafio muito interessante trabalhar com educação informal com temas transversais (sustentabilidade, cidadania, esporte, sexualidade, trabalho, família, escola formal ec), se cruzando a todo momento, de modo amplo, geral e infinito.
Como inconveniente de não se ter a bola-auxílio que era cedida aos educandos até a 6ª edição (2011), outros desafios surgiram e com eles, a superação, sempre com ações inéditas e criativas, sempre divididos entre educadores de diversos territórios das zonas sul e leste e - por consequência - multiplicados nessas mesmas regiões atendidas pelo Programa.
Fomos pras escolas, igrejas, ruas do entorno, clubes, Unidades Básicas de Saúde e outros lugares inimagináveis. Ligamos, visitamos, fizemos plantão, tiramos dúvidas e, finalmente, no dia 24 de abril, demos início às atividades. 
Paulo, Bianca e Lucas, em Nózland.
Carlão Guerreiro e MC Amanda Mazzeo botando a rapaziada pra balançar os esqueletos
Pronto! A Casa Amarela, mítico point cultural de São Miguel Paulista, se abria para receber a rapaziada que estaria sob os cuidados do IPEDESH, terças, quartas e quintas. E eles chegaram, Camila, Carol (que saía de Guarulhos para estar conosco), Carreirinha, Nega, Leylayne, Ariadne, Ulisses (que saía da ETEC em Arthur Alvim e vinha correndo pra não chegar muito atrasado), a Lichia, a Bia. Já na segunda semana outros vieram somar: a Pudim, a Edilaine (que, com 14 anos, insistiu muito que queria participar - até aquele momento, a idade mínima exigida era 15 anos - e nos venceu pela insistência, abrindo o precedente de que o programa também atenderia a partir de agora os jovens com 14 anos!), depois o Romero (que saía do D. Pedro e vinha direto, morrendo de fome -  claro! - e depois, à tarde, tinha que voltar para casa, em Itaquaquecetuba), a Gabriella, a Patrícia, a Sayuri e a Ariadne, a Ingrid (que "perdemos", junto com a Lichia, para o taikô), o Raylan, a Paula, o Emerson (outro que veio de Itaquá). Chegou julho e as explorações pela cidade foram um convite para juntar as turmas da manhã e tarde num único passeio, com os dois educadores - eu e o Claudemir - mediando os encontros de todos com a multicidade que os assombrava e os deslumbrava. Assim, cirandamos e nos enfurnamos no Parque da Luz, no centro velho de São Paulo, inclusive dando um "encontrão" com a turma do Alan (PJU da zona sul), quando visitávamos o mirante do prédio do Banespa, a Casa das Caldeiras, o Parque Ecológico do Tietê (onde conhecemos o Museu do Rio Tietê), o Parque Chico Mendes (quando nos juntamos à turma do Instituto Alana, junto com a Elaine Mineiro, educadora de lá - e quando passamos aquele sufoco do arrastão, que também foi um grande aprendizado para todos), o bairro da Liberdade (duas vezes, por sinal), o Museu da Imigração Japonesa, o Museu do Tribunal de Justiça de São Paulo (no qual fomos recepcionados pelo poeta Paulo Bomfim com "tapete vermelho"), o Museu do Teatro Municipal, o Centro Cultural Banco do Brasil, o MASP, a Galeria de Arte do SESI, o Parque Trianon, o Itaú Cultural... e mais.
Festa

Público do teatro, sob o sol forte de um bela tarde de sábado
PROJETOS 

Então chegamos à fase das experimentações. Todos circulando a esmo, sem o educador ao lado (vá lá, tá bom, tá bom, no início fui junto algumas vezes - coisas de "papito" que não consegue parar de "lamber suas crias"), e eles fazendo novas amizades, conhecendo outras regiões do bairro, trazendo para nossas rodas de conversa as novidades que viam e ouviam pelo caminho e nas aprendizagens. Nem bem tinham ultrapassado essa linha tênue da emancipação juvenil e eis que começam a ser empurrados para pensar seus projetos jovens, o "trabalho de conclusão do curso", num tradução simplória. Hora de apresentar os resultados de quase um ano de convivência, também o momento de começar os prepararativos para as despedidas. Melhor nem pesnar nessa parte por enquanto.
O que, como, onde, quando, por que fazer seus projetos? Dúvidas...

REVITALICRIA
O Carreirinha, a Lê e a Nega já sabiam o que queriam. Tinham passado empiricamente pela experiência da Rio+20, vivenciado o clima contagiante da troca intensa de experiências e agora traziam a vontade de aplicar na prática um pouco daquilo que aprenderam e compreenderam durante a estadia no Rio. Queriam fazer uma reforma na Casa Amarela (nossa sala de "ser" e "estar"), com ênfase na sustentabilidade. na verdade, queriam muito, muito mais: reutilizar materiais, repensar o uso e descarte de diversos itens dentro da Casa e também criar uma nova dinâmica no espaço. Nascia o Revitalicria.




CUSTOMIZART
Já a Coca queria mexer com moda. Sempre quis. Tinha para complementá-la o talento da Paula, a compreensão objetiva e amorosa do Murilo, o desprendimento e o bom humor do Emerson e a dedicação da Pudim. Não bastasse, a Amorom - que saíra do programa por incompatibilidade de horário - voltava agora para ser outro porto seguro, além da Lídia, que chegou - decididamente - para desfilar e, mais ainda,  para somar em ideias e atos. O negócio agora era juntar roupas, calçados, acessórios e afins, e tome-lhe agulha, cola, tesoura, tecidos, glitter, purpurina, miçangas, botões, tintas etc. 
Surpreendentemente, na hora de ensaiar o desfile, não tivemos problema algum, os "modelos" que tinham sido conquistados no ano pasasdo dentro da escola Tide Setúbal, não voltavam das férias, e lá foram todos pra passarela. viraram modelos de sus próprias criações na última hora e... deram um show! Até o último minuto.



DIOTÉSPISSIO
João Carlos, Lucas, Natasha, PC. No início eram eles. E "eles" eram um grupo à parte, uma turma que queria fazer teatro. Eles "eram" o teatro. E assim seja. 
Dedicados, dedicaram-se mais ainda. Inquietos, inquietavam-nos mais e mais com suas peculiaridades: tinham chegado no programa já na metade do curso, só podiam estar na Casa Amarela nas quartas, era um grupo que trazia implicações inéditas.
Mas a flutuação de outros não era a praia a deles, se era pra ser na quarta, que seja! Não faltavam, cumpriam os combinados e ainda levaram para dentro de sua "panelinha" a Lichia e a Edi. Também trouxeram a companhia iluminada da Bianca (talentosa e dedicada) e a Tayla, que chegou aos 45 do segundo tempo mas mesmo assim contribui muito para que o texto Nózland (que o coletivo todo escreveu), fosse encenado com qualidade a não deixar dúvida sobre o talento de cada um. A estreia da peça foi a penas o pontapé inicial, já estão agendadas outras apresentações aidna pelo Program Jovens Urgbanos no território de São Miguel, mas começo a desconfirar que o Diotéspissio vai ganhar voo próprio, já já. 





A FESTA
No sábado chegamos cedo na Casa Amarela, corremos a manhã toda varrendo, arrumando, colando, consertando, pregando, amarrando, costurando, discutindo roteiros, todo mundo sob a batuta severa da Célia - coordenadora, aqui trasnformada em regente de orquestra. 
Tudo pronto, o Max apareceu pra "fazer a cabeça" do pessoal que iria desfilar, o Claudemir arrumou o som, chamamos os vizinhos, Sueli Kimura, Akira e Scalla sempre na retaguarda, recebemos a comunidade, conhecemos pais que ainda não tinham nos visitado, fizemos novas amizades, fizemos - modestamente escrevendo - uma senhora festa! E que festa. Teve comida e bebida para todos, teve visitas ilustres como a de Solange Kono, sempre contribuindo com boas ideias sustentáveis e praticáveis, do jornalista Roberto Maty que, saído de Sapopemba, veio registrar e prestigiar o evento, do ator e escritor Luka Magalhães, já frequentador dos saraus da Casa Amarela, dos desprendidos educadores do PJU Alan Cunha (Portela) e Elaine Mineiro (Alana). Teve a força sempre presente da Mariana, Jeniffer e o quase onipresente Murilo, todos egressos da 6ª edição (2011), mas focados, dedicados, enturmados com os novos, a partir agora "velhos" também.
Contamos também com as presenças musicais refinadas (e afinadas) de Carlos Scalla, Claudemir Santos, Silvio de Araújo, Zulu de Arrebatá, Gildo Passos, Carlão Guerreiro da Leste e Amanda Mazzeo que, do começo ao fim da festa, ajudaram a tornar a tarde dos jovens urbanos (e da comunidade), mais ensolarada, mais poética, mais festiva.
E se agora olho e vejo eles pelo Facebook já reclamando o desligamento do programa, é porque este cumpriu sua tarefa essencial: multiplicar valores, esperanças, questionamentos e inovações.
Pena que acabou!



fotos de Alexandre D´Lou, Sueli Kimura, Akira Yamasaki, Célia Yamasaki e Escobar Franelas

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Pequena refexão ao encerrar nossa participação no Programa Jovens Urbanos que, a partir da próxima edição, acontecerá em outros territórios.



Costumo dizer em conversas informais com amigos e amigas que só conseguimos confirmar se demos boa educação aos filhos quando estes se tornam adultos. A escolha sobre como conduzí-los por um longo período é feita logo nos primeiros meses de vida e é um caminho sem volta, não tem como dizer “apaguem tudo o que foi dito e feito e vamos recomeçar”.


No caso dos meus filhos, me sinto recompensada com as respostas que obtive durante o percurso e tenho muito orgulho dos adultos em que se tornaram, cada um à sua maneira com seus defeitos e qualidades.


Traçando um paralelo com os jovens urbanos/IPEDESH que em cada edição permanecem conosco por aproximadamente um ano (período curto se comparado com nossos filhos) também temos a consciência de que as respostas só virão no futuro. Quando debatemos conceitos como ética, cidadania, coletividade, diversidade cultural, arte, entre outros, nos perguntamos se houve entendimento, mas se ampliamos nossa percepção através dos sentidos, observando, tateando, intuindo, auscultando (palavra muito usada pelo meu amigo Tião Soares e que agora faz parte do meu vocabulário), captamos os sinais, as pistas que os jovens vão deixando ao longo de sua trajetória no Programa através de atitudes espontâneas, sem grandes delongas ou elocubrações.


Não existe ferramenta que meça as conquistas imateriais, estas são invisíveis a olhos de leigos e não há como explicar o óbvio que invariavelmente é ofuscado por teses e antiteses do academicismo, mas tento sempre jogar um pouco de luz para clarear o caminho para a simplicidade (não o atalho da simplificação) e embora possa parecer  pretencioso da minha parte, os resultados valem a pena.


Os resultados aparecem em várias situações cotidianas como por exemplo quando se organiza uma festa em que todos participam e se divertem independente da sua preferência por este ou aquele formato ou quando se aceitam e convivem pacificamente apesar de serem de “tribos” diferentes construindo pontes de convergência ou ainda quando executam tarefas coletivamente, quando resolvem conflitos com diálogo.


Não sei se o caminho escolhido pela equipe/IPEDESH satisfaz aos indicadores que costumam medir os resultados através desta ou daquela metodologia, mas satisfaz a mim como educadora que tem como objetivo contribuir na formação de jovens para que se expressem e se manifestem em toda a sua plenitude.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Acelerado, Revitalicria, Customizart e Diotespissio. Ensaios, preparação de figurino, pintando, aff, nossa nem dá para acreditar.






Não tem mais jeito, depois de quase um ano de convívio amigo e trocentas trocas de ideias, depois de mutias rodas de conversas infinitas. Depois de enfrentar um arrastão no Pq. Chico Mendes, depois de perder e ganhar jovens durante toda a trajetória, depois de mais de 20 explorações por toda Sampalândia, Mogi das Cruzes e até no Rio de Janeiro. Depois de ver o Caíque (Carreirinha) furar o bloqueio e entrevistar a Marina Silva, depois de ver a Amorom vir para o Programa, depois sair e agora voltar para a execução do projeto. Depois de ter a participação do Murilo, da Mariana, da Jeniffer, todos da edição passada. Depois de recebermos várias vezes a  visita sempre simpática do Alexandre D´Lou, educador da 6ª edição que continua colaborando conosco, depois de intermináveis reuniões, de encontros maravilhosos, de fazer amizades no atacado, tanto na zona leste toda como também "na sul". Depois de tantas formações que tanto ajudaram a balizar nosso saber a ser trocado com a rapaziada esperta, depois de...
depois depois depois...
Agora falta muito pouco: tenham todos um feliz 2 de fevereiro!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Visita Técnica, todos os Projetos juntos e misturados, Diotespissio, Revitalicria e Customizart.









O CENPEC nos envia sua assessoria para acompanhar os projetos e elas me encontram sujo e mal lavado, querendo pintar a Casa Amarela toda para o Revitalicria, querendo costurar todas as peças de roupas para o Customizart, querendo decorar as falas dos atores do Diotéspissio, querendo tudo, enfim. As meninas hão de me perdoar, mas estou adentrado demais dentro dos processos, que não consigo desapegar e, tampouco, sossegar. Calmaria, agora, só depois do 2 de fevereiro.
Mas sou só um, educador, ainda por cima. Minha função aqui se resume a mais moderar, ponderar, mediar e dar dicas de direções a tomar do que necessariamente executar. as sou inquieto, confesso. E, aidna por cima, estou todo exultante com os trabalhos desenvolvidos até aqui.
2 de fevereiro, aí vamos nós!