Por ser aqui do lado, e por não querer ficar entre quatro paredes, embarcamos na variante sentido parque ecológico Tietê. Era só pra falar e trabalhar os projetos em local diferente. Um pouco de ar e verde pra quebrar o cinza e a fumaça. Os grupos se dividiram e conversaram, comentaram, planejaram. Estar no parque fazia bem, mas a natureza em volta não era nosso foco. Não era ao menos até que uma quadrinha de quatis roubou a cena ao assaltar o lixão do parque ecológico.
Encanto e comoção total. As maçãs foram distribuidas aos tecos pros bichinhos. Arícia, vulga Lichía, revoltou-se.
"Não façam isto. Eles não saberão se alimentar sozinhos!"
"Sabem sim. Eles estavam assaltando o lixo"
"O lixo que nós colocamos aí."
um silêncio constrangedor quebrado pelo encanto do pequenos animais que se aproximavam sem medo de nós, monstros humanos. Capazes de subir no colo para pegar a maçã, comer em nossas mãos sem medo de ser feridos e sem ferirem, os animais causaram reflexão.
Isto foi ontem. Hoje, na mente, reflete uma antiga canção de Jorge Mautner - e alguma determinada passagem de Utopia. Ontem houve paz e harmonia entre homens e animais por um pequeno instante.
Depois do instante, canetas, papéis e pensamentos grafados. Projetos desenvolvendo-se em pleno verde natural.