Banca: projetos jovens defendidos com garra e técnica

Depois de meses de preparação, de repetição (às vezes) exaustiva de exercícios, de muitas rodas de conversa e de momentos de reflexão profunda, os projetos jovens do Programa Jovens Urbanos (IPEDESH / CENPEC / Itaú Social) foram apresentados para as bancas em 27 de novembro último. Todos foram aprovados.

Os sortudos foram os jovens João, Lucas, Edilaine, Natasha e PC - a Arícia, por conta de outros compromissos, não pode participar - que foram, logo de cara, os primeiros a apresentar-se para a Banca 1, dirigida pela Cacau e pelo Asdrúbal. O projeto deles, que tem o nome singular de "Diotéspissio - Teatro em Movimento", prevê a criação e execução de uma peça teatral - "Nozland" - que eles mesmos escreveram e querem apresentar em diversos palcos da região.

Para a mesma banca, foi apresentado depois o projeto Customizart, que teve como proponentes os jovens Camila, Paula, Emerson, Romero e Taís. A ênfase destes jovens está na ideia de reuso e revalorização de roupas, acessórios e calçados. A prática da customização de roupas, além do apelo natural da sustentabilidade, amplia a personalização daquilo que usamos no dia-a-dia, reforçando a autoestima do indivíduo. A finalização dessa proposta dar-se-á no dia 2 de fevereiro, quando está previsto um desfile com a apresentação de todas as peças que serão tratadas no período.

Leylayne, Caíque e Larissa, com seu Revitalicria - Uma Ação na Casa Amarela, pretende dar uma "customizada" no local onde ocorre a 7ª edição do PJU executado pelo IPEDESH em São Miguel. Nitidamente influenciados pela participação na Rio +20, onde - e também no "antes" e "depois" desse grande evento sobre sustentabilidade - foram instrumentados para a procura por práticas alternativas, os três jovens se incomodaram com algumas questões que observaram e propuseram um "upgrade" no espaço. O projeto deles - que foi apresentado na Banca 2, presidida pela Rita e pela Midiã - prevê, entre outras ações, uma repaginada na pintura das salas principais do espaço, além de ações que contemplem melhoria no aspecto visual do ambiente, implantação de coleta seletiva, criação de horta vertical, plantio em latas de tinta reaproveitadas da pintura e reúso de água da chuva (conforme sugestão da Midiã, orientadora da banca).

Essa proposta tem a singularidade e singeleza da preocupação dos jovens para com as turmas vindouras, já que eles alardeiam para amigos e vizinhos a importância do Programa Jovens Urbanos em suas vidas. 

Outro protagonismo diferenciado apresentado por todos os jovens deriva da ideia de apresentar os produtos finais de seus projetos numa ação conjunta. A data prevista é 2 de fevereiro de 2013, um sábado, quando A Casa Amarela - Espaço Cultural será reinaugurada pelo Revitalicria, sediando também o desfile do Customizart e a apresentação teatral do Diotéspissio.

Agora, é esperar para colher os frutos.

 Taís e Romero apresentando o Customizart

 Emerson, Paula e Camila apresentam o Customizart para Cacau, que faz apontamentos

 Cacau interage com Edilaine, Natasha, PC e Lucas, do Diotespissio

 Lucas e João, apresentando o Diotespissio

Público (educandos, educadores e coordenadores) acompanham a Banca 3

 Apresentação para Banca 3, coordenada por Maria Brant e Vandeí

Larissa, Leylayne e Caíque apresentando o projeto Revitalicria

Feriado, que feriado?

Feriado geralmente significa pausa para descanso. Principalmente praqueles que trabalham (ou estudam) demais.

No caso do PJU 7ª edição, nós, do IPEDESH, optamos por transformar a terça-feira, dia 20, num gostoso encontro entre coordenação, educadores e educandos. A ideia era aproveitar o tempo e preparar produtos de um dos projetos jovens. A ênfase foi otimziar ao máximo os trabalhos.

 Camila customizando uma peça de roupa - Projeto Customizart

O Customizart surgiu dentro do Programa com a ideia de colocar em prática uma coisa que já é muita perceptível entre algumas jovens que frequentam nossos encontros: a customização de roupas, acessórios e calçados.

Tomados pela proposta de transformar esse hobby num projeto que pode até se tornar uma fonte de renda no futuro, o grupo de jovens tem-se dedicado com afinco na produção de textos e cronograma para a sistematização da ideia.

 Paula apresentando bermuda que ela mesma customizou

Mais ainda: por conta das demandas surgidas dentro do Customizart, nós, educadores e coordenação do PJU / IPEDESH, firmamos parceria com a EE Tide Setúbal para desenvolver uma oficina de expressão corporal nas dependências da escola. O objetivo era encontrar jovens dispostos a desfilar no evento Customizart em 2 de fevereiro próximo, "apresentando" ao público as peças que serão personalizadas durante os meses de dezembro e janeiro. Para nossa alegria, após a divulgação, 13 jovens se inscreveram para fazer o "curso de modelo", conforme disseram depois.

1º dia de oficina de expressão corporal dentro da escola Tide Setúbal

As atividades na escola ocorreram nos dias 12 e 13 de novembro. No dia 14, um novo encontro foi marcado na Casa Amarela, onde seis persistentes jovens puderam conhecer os jovens urbanos, o conceito do Programa, a proposta do Customizart e decidiram se dedicar ao evento.

A partir de dezembro, estes novos membros virão uma vez por semana para ensaio de passarela, com as peças que os educandos já começaram a produzir a partir de ontem, 20 de novembro.

 

2º dia de oficina de expressão corporal dentro da escola Tide Setúbal

 3º dia de oficina de expressão corporal com alunos da escola Tide Setúbal, dentro da Casa Amarela

 

texto de Escobar Franelas
fotos de Sueli Kimura, Murilo Avelões, Célia Yamasaki, Taís Borges e Escobar Franelas

Participação do PJU IPEDESH e EE Tide Setúbal no Festival do Livro e da Literatura de São Miguel

Dando continuidade à bem sucedida parceria com a Escola Estadual Tide Setúbal, o IPEDESH garantiu a presença de 70 alunos que, acompanhados dos Jovens Urbanos/ IPEDESH, participaram da palestra realizada pelo escritor Pedro Bandeira no auditório da Unicsul.
O evento faz parte da programação do Festival do Livro e da Literatura de São Miguel.

Prof. Ana Maria

Jovens Urbanos adoram uma exploração..

educador e coordenadora também..

a bem da verdade, foi uma pausa, um respiro na conturbada trajetória que estamos vivenciando, a trajetória inventiva..

Melhor ainda, com Pedro Bandeira que, embora falando de um assunto sério 'como conquistar o aluno que não gosta de ler', trouxe momentos de riso e deleite durante a sua palestra.

Texto: Sueli Kimura

Fotos: Murilo Avelões/Escobar Franelas/Sueli Kimura

Olha nóis ai traveis, trabalhando Projetos, recebendo visita, Rodrigo para apimentar mais ainda.

E não é que o Rodrigo apareceu assim de repente e mandou ver nas ideias?

Sem alarde, sem confeitaria demais na conversa, ele chegou assim de mansinho...

e deu uma senhora aula de experiências geográficas para os jovens do Programa Jovens Urbanos do IPEDESH.

Falou de Japão, sim, é verdade, mas falou muito mais de Brasil, e de como podemos ampliar a atitude cidadã, o conceito de respeito ao próximo, aos horários, às regras...

sem perder a personalidade, a autenticidade e a civilidade.
Valeu, Rodrigo, foi muito bom poder ouvi-lo!

Muita coisa para fazer, Projeto, Projeto... preparação ufa.

Como forma de ampliar a proposta de um dos projetos que um grupo de jovens do PJU / IPDESH está fazendo, na última segunda-feira (04 de novembro), fomos na EE Tide Setúbal, pertinho da Casa Amarela, convidar alunos que queriam fazer uma oficina de etiqueta para desfile de moda. A ideia é que estes jovens participem dos projeto de customização de roupas, calçados e acessórios, desfilando com as peças que serão desenvolvidas no Projeto.

Assim, firmamos ainda mais a parceria com a escola, divulgamos o Programa Jovens Urbanos para jovens que o desconheciam, e já podemos - quem sabe? - pensar que alguns destes novos jovens poderão participar da 8ª edição do Projeto em nosso território. Que tal?

Título do texto e fotos de Célia Yamasaki

Texto de Escobar Franelas

Trabalhando Projetos reta final.

Grupos divididos, muita "viajeira" nas ideias, muita "preguiça" para escrever textos técnicos, mas...

com uma bronquinha básica e divisão das tarefas, todo mundo colabora.

O problema é ficar cortando sonhos, abortando ideias não aplicáveis, explicando tintim por tintim diversas vezes a mesma questão...

sem desestimular a usina de ideias que brota que nem capim na cabeça desses jovens...

para que todos se sintam (e sejam) protagonistas nesse momento tão legal de suas vidas.

A menos que estejam mentindo - o que duvido muito! - todos estão gostando dessa experiência!

Projetos: workshop com a designer Mariana Vilela

O mês de outubro findou de maneira fulgurante. Depois das experimentações, dos encontros públicos, do início da rascunhagem dos projetos, de palestras, explorações e trocentas novidades, dia 31 reservou aos jovens urbanos atendidos pelo IPEDESH na mítica Casa Amarela, a chance de participar de uma workshop com a designer gráfica Mariana Vilela.

O convite para a "aula magna" era para a turma que está desenvolvendo o projeto de customização de roupas, acessórios e calçados, mas todos acabaram se interessando pelas novidades e informações trazidas pela artista. A sala ficou lotada de jovens que queriam entender um pouco mais da história e conceito do que é moda, e um aprofundamento na ideia do que é customização de produtos.

Citando casos que foram problematizados em sua pesquisa para o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), Mariana foi bem além, explicando a todos como a ideia de customização vem de encontro à ideia de personalização, de como o ser humano gosta de desenvolver coisas que tenham "a sua cara". Outra abordagem importante lembrada pela designer foi a apropriação da sustentabilidade como elemento agregador na história da moda. Com a ampliação desse conceito, as pessoas renovam uma determinada peça de roupa, impedindo que ela vá para o lixo sem cumprir mais ciclos de uso.

Depois de explanar claramente essas teorizações, de tirar as dúvidas que os jovens formulavam, Mariana também explicou a aplicação prática, já que ela mesma vive do comércio das peças exclusivas que ela customiza. Para quem quiser saber mais sobre ela, o seu sítio virtual é http://comamorlucy.goodsie.com/. Sugiro uma visitinha, com o cartão de crédito nas mãos, claro!

fotos de Murilo Avelões, Taís Borges e Escobar Franelas

texto de Escobar Franelas

Encontro com o sociólogo Mohamed Marwan

Na última terça, 30 de outubro, os jovens do Programa Jovens Urbanos das instituições SEPAS e IPEDESH viveram uma experiência única: participaram, no Galpão das Artes (Jardim Lapenna, São Miguel), junto com os alunos de hipermídia do própiro galpão, de um encontro com o sociólogo francês Mohamed Marwan.

A roda de conversa com o pesquisador,  que em seu pós-doutoramento escreveu uma tese sobre a juventude nas periferias de Paris, permitiu que os educandos do PJU e demais presentes experimentassem uma chance exclusiva e muito interessante de entender as similaridades e as diferenças entre o viver na periferia de Paris ou de São Paulo.

Rodrigo (aluno de hipermídia), por exemplo, perguntou a Mohamed se na França há repetência escolar, no que foi explicado que lá tem uma prova ao final da série, onde o aluno só recebe seu diploma se for aprovado.

Enfatizando que um dos grandes problemas na lógica policial francesa é a a relação do poder público com as questões de nacionalidade, Mohamed aludiu ao fato que, "tanto na França quanto no Brasil, há vários tipos de políticas públicas", e que por conta desse detalhe haja distorções no trato do estado com a juventude. "Apenas me parece que na França há menos corrupção que no Brasil", salientou.

Andrelissa, educadora da Fundação Tide Setúbal, também presente ao encontro, fez uma sugestão muito interessante de que "fosse criada uma polícia especializada em jovens", da mesma forma que existe departamentos da polícia especializados em turistas, idosos, mulheres etc. O sociólogo concordou. No meio do debate, o jovem Emerson (IPEDESH), fez uma curiosa analogia, usando alguns versos da música "Geração Coca Cola", do grupo brasiliense Legião Urbana. Disse ele que as relação dos jovens com as instituições no país estão tão deterioradas que o trecho da música que diz "vamos fazer comédia com as suas leis" (sic), se torna emblemático para exemplificar o decrédito que a polícia, nesse caso, tem junto à população menos favorecida. No que todos concordaram, em menor ou maior grau.

Assim, Mohamed Marwan, questionando e sendo questionado, problematizou diversas questões que permeiam as populações jovens marginalizadas, tanto aqui quanto lá. Aprendemos com ele, com certeza. Essa mesma certeza, porém, é de que ele também alimentou enormemente seu repertório, diante de uma plateia tão diversa quanto inteligente. E atenta.